terça-feira, 14 de outubro de 2008

Conversa no ponto...

Estávam lá, o ponto de ônibus e as pessoas esperando pelo seus devidos destinos, então chegamos -eu e uma semelhante-para compartilhar esse momento especial com essas pessoas, apesar delas não saberem para onde iríamos.
Observei que algumas delas tinham poucas bagagens e outras até nenhumas. Mas o olhar, da maioria, era de espera por aquele transporte que iria passar no mesmo horário de todos os dias.
Olhares conformados com o tempo, a certeza do relógio está certo e o descompasso para com os horizontes.
Conversamos por alguns minutos ali, naquele lugar, vazio de esperanças de cor cinza.
Falamos sobre muitos amores e passagens por todas as sensações. Digo, amores absolutos não frágeis e fúteis, como se fossem normais.
Todos pegaram suas bagagens, e aos poucos foram sumindo. Subindo, cada qual ,no seu degrau de expectativas. Imagino eu que estavam pensando no próximo ponto.
Ficamos sozinhas por alguns instantes, e isso foi suficiente para descobrirmos que não fazíamos parte daquele universo e que o nosso transporte não passaria por ali. Algumas pessoas passaram por ali de bicicleta com coisas (não sei bem o que eram) na garupa. Tinha um deles que sorria o tempo todo. Pararam suas rodas, e demoraram segundos para entender que também não faziam parte daquele momento, e seguiram....
Ao chegarem a uma distância de uns 5 metros, olharam para trás como nunca deveriam ter feito. Achei estranho aquilo, mas o olhar deles era de novidade para aquele lugar estranho....
resolvemos ir embora...
a conversa estava no ponto errado e na hora certa!
Amanhã as mesmas pessoas estarão no mesmo lugar, sem esperanças e cinza, no mesmo horário...
Mas nós com certeza não...
somos vermelhos e simples demais para o momento onde se pensa sobre complexidade e conformação....

Um comentário:

Flavia Oliveira disse...

Irado héin filhota !!!!

Conversa no ponto..
em todos os sentidos !!

Bjsssssssss