quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Vazio o meu penar
de tantas guerras te guardei
Tantos ventos te busquei
Na poeira das virgens ressabiei
Vastos os caminhos justos
Sem maneiras de motivos
Soou eu dentro de mim...

Vestes de calos, ingratos por não serem teus
por não construírem os seus
Abandonaste tua carne

Emergiu da leveza um forte braço de costumes
Gratos por apenas conhecer o simples valor do amor!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Harmonia

Compor como nuas as breves notas.
Sussurram, os teus poros
A procura do, incomparável, cheiro de tons teus
Segue breves de semis alguns..
Festejar tua chegada
Canção clara!

Ciclos e Vida

Hoje acordo e percebo que tudo está diferente, mas da mesma forma...As paredes internas, do lado de fora do meu telhado, estão rasgadas e velhas!As pessoas que passam por aqui e olham para esse teto, ressabiado de usar velhas telhas, apenas caminham em direção contrária e não enxergam que a mudança nessa cobertura é necessária....Precisam, elas, aprender que as novas telhas e madeiras, tintas e canetas quem constrói somos nós. Está dentro de nós...o sentido da vida é viver, e para isso acontecer necessitamos estar atentos a mudança dos ciclos desejados pela virtude de ser NINGUÉM..assim construimos um novo amanhã, um novo olhar para nós mesmos....Vamos dormir hoje e despertar no seguinte momento com essa intenção, de nos resgatar de motivos mundanos e fúteis...olharemos para o próximo como um espelho nos enxerga...sintamos a mesma sensação de desespero de almas que não entenderam que a vida é lúdica e cheia de perguntas cujas respostas não estão presentes na concreta emoção.o universo nos mostra e cabe a cada um de nós entender que não é regra ter respostas, explicações...aceitemos que a força maior, que nos rege ,tenha intenção de nos dizer para acalmarmos nossos anseios e que padrões de vida, felizes e tristes, não são realmente o que nos interessa e sim a certeza de que vivemos para TODOS e não para muitos.

Âma

Eu te amo
Eu te amo, amor febril, quase sempre arrepios!
Eu te amo, lá no fundo
Num espaço, que nem por brincadeira, é vazio
Eu te amo, vida minha!
No toque visguento das nossas línguas
Sinto-me presente, divino!
Deus que me deu!

Eu te amo agora, e sempre no amanhã
Como até os nossos dias
Eu te amo! Eu te amo!
Eu te amo nas entrelinhas desconexas
Nas manhas de incertezas
No conhecer dos gestos

Eu te amo na escuridão da palavra
No vão dos sonhos
Nu, pelas almas!
Eu te amo, meu encanto!
Nas horas vagas eu te amo,
No meio de nós dois eu te amo,
No hesitar da natureza eu te amo,
Eu te amo tanto mais, quanto amo
Eu te amo!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Qual fé?

Se você acredita, tente
Tenha fé em teus atos
Rabisque um sorriso
Faça da tua força uma moldura
Não ligue para seu orgulho
Aprenda a enxergar sem as retinas
Sentir o calor da conquista e saber que não vale desistir
As vezes, as batalhas corridas como o vento,e presentes como o ar
São apenas, vertigens de conseqüências inertes, sem sentido

Correr contra os metais das dores
Sentar nos calos das flores
No lixo sem odores
A certeza de que permanecemos sem gosto
Tudo que sente...reticências
Valor sem conceito
Lagrimas não fazem porquês

um toque frio
tentar pra que?
Ter fé?

Incertos

Lembranças dos tempos que vivíamos a piscar, solfejar a vida
De tantos caminhos, tivemos um ninho
Um vinho..
Os encontros desuniram outros destinos
Falava sobre o mundo
Pecava ao dormir
Esclarecia o dia
Turvas madrugadas varadas por noções incertas
De plenitude
Digo assim, tipo de grau!

É aonde faz o dia nascer mais azul
É onde o diabo mora
É o quão, o tão, o mais forte...

Contrário

Descompassados
Mais atenciosos
Se retratam nas memórias
São normais, comuns
Crustáceos, calçadas
Caminhos de equívocos
Direções diversas
Às frestas de um só corpo
Movimentam expressões
Se tocam...

Ato

Sem noção dos meios
Não pretendemos conhecer o alheio
Início aos corpos nus...
E no eterno fim nos amaremos sem lógica
Com tudo nosso passeamos no infinito...

Consciência

Construir o humano
Encontrar planos ao abandono
Destilar terceiras às intenções desperdiçadas
Casos não estudados
Falidos orgânicos
A terra sobre o barro
Mangueados encontros de laços submetidos
A razão sem destino
O espiar por trás
Ao conforto dos sentidos
Ao caos

Horas...

Madrugada cedo
De manhã estrela
Na calada boca,
a noite permanece no mesmo lugar

Gestos desconhecidos
Criações de Eus,
deus braço forte
É no raiá do dia...

De manhã estrela
A lua luz madrugada
ruídos de TV, Ventilador
no sensor comum de vias

Madrugada cedo
Na manhã estrela no canto da boca
quão noite seria....

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Conversa no ponto...

Estávam lá, o ponto de ônibus e as pessoas esperando pelo seus devidos destinos, então chegamos -eu e uma semelhante-para compartilhar esse momento especial com essas pessoas, apesar delas não saberem para onde iríamos.
Observei que algumas delas tinham poucas bagagens e outras até nenhumas. Mas o olhar, da maioria, era de espera por aquele transporte que iria passar no mesmo horário de todos os dias.
Olhares conformados com o tempo, a certeza do relógio está certo e o descompasso para com os horizontes.
Conversamos por alguns minutos ali, naquele lugar, vazio de esperanças de cor cinza.
Falamos sobre muitos amores e passagens por todas as sensações. Digo, amores absolutos não frágeis e fúteis, como se fossem normais.
Todos pegaram suas bagagens, e aos poucos foram sumindo. Subindo, cada qual ,no seu degrau de expectativas. Imagino eu que estavam pensando no próximo ponto.
Ficamos sozinhas por alguns instantes, e isso foi suficiente para descobrirmos que não fazíamos parte daquele universo e que o nosso transporte não passaria por ali. Algumas pessoas passaram por ali de bicicleta com coisas (não sei bem o que eram) na garupa. Tinha um deles que sorria o tempo todo. Pararam suas rodas, e demoraram segundos para entender que também não faziam parte daquele momento, e seguiram....
Ao chegarem a uma distância de uns 5 metros, olharam para trás como nunca deveriam ter feito. Achei estranho aquilo, mas o olhar deles era de novidade para aquele lugar estranho....
resolvemos ir embora...
a conversa estava no ponto errado e na hora certa!
Amanhã as mesmas pessoas estarão no mesmo lugar, sem esperanças e cinza, no mesmo horário...
Mas nós com certeza não...
somos vermelhos e simples demais para o momento onde se pensa sobre complexidade e conformação....